Besta de bolinhas de gude
Nota do tradutor: aqui todas as medidas são em polegadas. Isso foi em meados dos anos 80 quando eu ainda era um adolescente vivendo no interior. Meu pai ainda tinha algumas tiras estreitas de mola de aço que eu acabei por não usar na minha outra besta. Estas não seriam fortes o suficiente para atirar uma flecha realmente dura, mas para projéteis bem mais leves seriam perfeitas. Eu balanceei as bandas de aço com uma longa mais à frente e sucessivamente mais curtas atrás dessa (mais ou menos como o feixe de molas em um veículo). Eu tenho mais bandas perto do centro onde o momento fletor no arco é maior e apenas uma banda que se extende até o fim, o qual se move mais rápido. A ideia era manter leves as extremidades do arco para que houvesse menos inércia neste e assim mais energia fosse usada para acelerar a bolinha ao invés do arco. A besta faz uma bolinha de gude atravessar aquelas finas placas de aglomerado de caixas de nectarinas assim como a faz atravessar aqueles painés de madeira falsa que eram comuns da década de 70. Se eu usar uma esfera de aço de 5/8 ao invés de uma bolinha de gude, esta fará um orifício bem limpo num compensado de 1/4. Na época que eu a construí (em 1986) as minhas opções para medir a velocidade do projétil eram muito limitadas. Basicamente não haviam câmeras digitais nem computadores com mídia que se pudesse usar e eu não tinha sequer um osciloscópio. Mas eu medi a velocidade do projétil atirando uma bolinha de gude numa bola de massinha de modelar. A bolinha de gude ficava presa na massinha e eu media o quão alto a bola de massinha era arremessada. Com isso eu podia calcular sua velocidade assim como o seu momento linear, e, pelo peso combinado da bola de massinha e da bolinha de gude eu pude calcular o quão rápido a bolinha de gude deve ter atingido a bola de massinha para conceder aquele momento linear.
A velocidade no bocal com bolinhas de gude é de 67 metros por segundo que faz redondos 150 mph (eu não uso
mph normalmente mas eu me lembro disso porque foi um número bem redondo para esta unidade). Isso é
bem mais rápido que estilingues mas ainda assim é quase só metade da velocidade da
espingarda de pressão de bolinhas de gude que construí 17
anos depois. A pegadinha com bolinhas de gude é que não há lugar pra enganchar a corda do arco nelas então, inevitavelmente, a corda do arco pularia sobre a bolinha ou a bolinha pularia por sobre a trilha escavada para o seu deslocamento. A solução que tentei foi obter um trilha escavada acima e abaixo da bolinha de gude. Isto manteria a bolinha no lugar e também evitaria a corda do arco de pular sobre ela. Quando comecei, eu não estava totalmente confiante que isto funcionaria e fiquei surpreso que realmente funcionou. Se quando comecei eu soubesse que funcionaria, eu teria usado uma madeira melhor. Eu usei o mesmo gancho duplo usado na minha besta anterior imaginando que dessa forma eu poderia usar flechas também. Porém, não era possível posicionar a bolinha de gude no lugar de disparo junto à corda do arco porque a trilha escavada pelo qual a bolinha passa não chegava a passar por entre os ganchos. Mesmo assim, não era um grande problema. Você pode observar a corda do arco se desgastando naturalmente. Originalmente eu tinha usado duas linhas de cordéis fortemente enroladas, mas, da última vez que substituí a corda, não tinha nenhuma dessas à mão. Então eu trancei três grupos de fios daquelas fitas brancas super fortes que normalmente são usadas para amarrar caixas de transporte. A trança realmente ajudou na medida em que mantém as partes desgastadas separadas do feixe principal. Que por sua vez diminui ainda mais o desgaste. Aqui uma visão dos ganchos e do gatilho. O gatilho é uma alavanca perto do cabo. Ela segura o bloco dos ganchos. Isto permite que este gire no sentido anti-horário, soltando a corda. Você pode observar a cabeça do prego que usei como um eixo-pivô para que o bloco gire. Eu descobri um pequeno problema quando eu estava mirando em algum coisa no chão: com a arma apontada pra baixo, a bolinha de gude começava a rolar e caía do bocal mesmo sem ter-se disparado. Então eu adicionei uma tira de metal de modo que prendesse a bolinha no seu lugar, no fim do trilha escavada. Essa tira de metal gira sobre seu eixo num parafuso e é empurrada pela mola esticada sobre ele. A parte interna da trilha escavada superior é um pouco saliente - o suficiente para evitar a bolinha de gude de rolar para fora. O momento linear de se deixar cair a bolinha de gude dentro do bocal é suficiente para superar o atrito que este pedacinho de metal impõe, fazendo com que a bolinha consiga atravessá-lo. Eu tive que adicionar um parafuso para limitar essa tira de descer muito e outro para evitar que seja arremessada pra fora quando um disparo é feito. Eu também adicionei uma simples alça de mira à besta. Um prego entortado no formato de um arco de metal à frente e um chanfro na parte de trás. O ato de mirar é feito alinhando-se o fundo do chanfro com a parte de dentro do arco de metal.
A sua acuracidade não chega nem perto da de uma alça de mira de um rifle, mas novamente, nem a de uma besta,
então essa alça de mirta é mais que suficiente.
Veja também:
Minha outra besta
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